Monteiro Lobato-Mensagens e Frases


Monteiro Lobato
Um país se faz com homens e livros.

No fundo não sou literato, sou pintor. Nasci pintor, mas como nunca peguei nos pincéis a sério, arranjei, sem nenhuma premeditação, este derivativo de literatura, e nada mais tenho feito senão pintar com palavras.
Tudo é loucura ou sonho no começo. Nada do que o homem fez no mundo teve início de outra maneira - mas tantos sonhos se realizaram que não temos o direito de duvidar de nenhum.
A natureza criou o tapete sem fim que recobre a terra. Dentro da pelagem deste tapete vivem todos os animais respeitosamente. Nenhum o estraga, nenhum o rói, exceto o homem.
Há dois modos de escrever. Um, é escrever com a idéia de não desagradar ou chocar ninguém, Outro modo é dizer desassombradamente o que pensa, dê onde der, haja o que houver - cadeia, forca.  
Tudo é loucura ou sonho no começo. Nada do que o homem fez no mundo teve início de outra maneira - mas já tantos sonhos se realizaram que não temos o direito de duvidar de nenhum.
A luta contra o erro tipográfico tem algo de homérico. Durante a revisão os erros se escondem, fazem-se positivamente invisíveis.
A mulher não é inferior nem superior ao homem. É diferente. No dia em que compreendermos isso a fundo, muitos mal-entendidos desaparecerão da face da terra.
Futurismo, cubismo, impressionismo e tutti quanti não passam de outros tantos ramos da arte caricatural.
No fundo, o que há contra mim é inveja em consequência de minha vitória comercial nas letras.
Porque tenho sido tudo e creio que minha verdadeira vocação é procurar o que valha a pena ser.
O livro é uma mercadoria como qualquer outra; não há diferença entre o livro e um artigo de alimentação. Se o livro não vende é porque ele não presta.
Todos os nossos males, econômicos, financeiros e morais, provêm de uma causa única: pobreza, anemia econômica. Vou além: miséria.
As fábulas em português são pequenas moitas de amora do mato, espinhentas e impenetráveis.
Seja você mesmo, porque ou somos nós mesmos, ou não somos coisa nenhuma.
De escrever para marmanjos já estou enjoado. Bichos sem graça. Mas para crianças um livro é todo um mundo.
Continuo traduzindo. A tradução é minha pinga. Traduzo como o bêbado bebe: para esquecer, para atordoar. Enquanto traduzo, não penso na sabotagem do petróleo.
E quem acredita em alguma coisa sempre acaba levando na cabeça
Nada de imitar seja lá quem for Temos de ser nós mesmos  Ser núcleo de cometa, não cauda. 
A mim me salvaram as crianças. De tanto escrever para elas, simplifiquei-me.
Assim como é de cedo que se torce o pepino, também é trabalhando a criança que se consegue boa safra de adultos.
Erro pensar que é a ciência que mata uma religião. Só pode com ela outra religião.
Seja você mesmo, porque ou somos nós mesmos, ou não somos coisa nenhuma.
Ainda acabo fazendo livros onde as nossas crianças possam morar.
A consciência do homem comum mora no bolso, eis tudo...
Tudo vem dos sonhos. Primeiro sonhamos depois fazemos.
A coisa que menos me mete medo é o futuro.
Quem não lê, mau ouve, mau fala e mau vê.
Talento não pede passagem, impõe-se ao mundo.

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