Graciliano Ramos-Mensagens e Frases



Graciliano Ramos


Se a igualdade entre os homens - que busco e desejo - for o desrespeito ao ser humano, fugirei dela."
Se cubra com a Bandeira do Manuel. Afie o Machado, assim como fez Assis. Apanhe a Rosa do Guimarães. Não se esqueça dos Ramos do Graciliano, nem dos Matos do Gregório. Junte tudo que for necessário. E, por fim, peça aos Anjos do Augusto para que você seja Amado, como o Jorge.
Se a única coisa que de o homem terá certeza é a morte; a única certeza do brasileiro é o carnaval no próximo ano.
Quando se quer bem a uma pessoa a presença dela conforta. Só a presença, não é necessário mais nada.
Comovo-me em excesso, por natureza e por ofício.  Acho medonho alguém viver sem paixões.
Queria endurecer o coração, eliminar o passado, fazer com ele o que faço quando emendo um período — riscar, engrossar os riscos e transformá-los em borrões, suprimir todas as letras,não deixar vestígio de idéias obliteradas.
Dizes que brevemente serás a metade de minha alma. A metade? Brevemente? Não: já agora és, não a metade, mas toda. Dou-te a minha alma inteira, deixe-me apenas uma pequena parte para que eu possa existir por algum tempo e adorar-te.
Escolher marido por dinheiro. Que miséria! Não há pior espécie de prostituição.
É o processo que adoto: extraio dos acontecimentos algumas parcelas; o resto é bagaço.
Só posso escrever o que sou. E se os personagens se comportam de modos diferentes, é porque não sou um só."
Mas é bom um cidadão pensar que tem influência no governo, embora não tenha nenhuma. Lá na fazenda o trabalhador mais desgraçado está convencido de que, se deixar a peroba, o serviço emperra. Eu cultivo a ilusão.
Quem escreve deve ter todo o cuidado para a coisa não sair molhada. Da página que foi escrita não deve pingar nenhuma palavra, a não ser as desnecessárias. É como pano lavado que se estira no varal.
"Os escritores brasileiros, e falo dos ficcionistas de agora e mesmo os do passado, podem no meu entender ser divididos em duas categorias: os que têm uma 'maneira' de escrever, e são poucos, e os que têm 'jeito', que são alguns mais numerosos. O resto é porcaria."
Salvo raríssimas exceções, os modernistas brasileiros eram uns cabotinos. Enquanto outros procuravam estudar alguma coisa, ver, sentir, eles importavam Marinetti.
"Não há talento que resista à ignorância da língua."

Deve-se escrever da mesma maneira como as lavadeiras lá de Alagoas fazem seu ofício.

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